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Podcast 701 – Vânia Carvalho: A reabertura do Museu do Ipiranga e a nova visão da História do Brasil 

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A reabertura do Museu do Ipiranga e a nova visão da História do Brasil

O Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, é o mais antigo museu público de São Paulo. Faz parte do seu acervo, por exemplo, o célebre quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo. Desde 2013, no entanto, o Museu do Ipiranga está fechado ao público para reformas, restauros e reparos. E depois de tanto tempo o público vai encontrar, a partir de setembro de 2022, um espaço com o dobro do seu tamanho original, mais acessível a todos os perfis de público e, tão importante quanto isso, um museu que não vai fugir da discussão cultural do seu tempo, proporcionando aos cidadãos a oportunidade de refletir criticamente acerca do que está em exposição. Neste episódio Podcast Rio Bravo, Vânia Carvalho, coordenadora do grupo executivo de museologia do museu do Ipiranga, conta o que o público pode esperar da reinauguração do museu.

E já no início da entrevista Vânia Carvalho não é modesta ao destacar o que o público do Museu do Ipiranga redescobrirá a partir da reabertura do espaço, marcada para setembro de 2022. “Desde a sua inauguração, no final do século XIX, o museu funcionava no edifício histórico, que nós conhecemos como museu do Ipiranga. Então, nossas reservas técnicas, nossos ateliês de conservação, todas as salas de trabalho do pessoal administrativo, dos docentes, da equipe da biblioteca, tudo funcionava nesse edifício histórico. Eram poucas as áreas disponíveis para exposição. Tampouco havia espaço para recepção. Agora, o edifício inteiro será aberto ao público”.

Vânia Carvalho diz que, por conta das reformas dos últimos anos, todos os acervos foram retirados do museu e realocados em outros prédios. “Toda essa área técnica do museu funciona agora em outras sete casas, que foram alugadas pela universidade. Com isso, nós teremos onze exposições no edifício”, explica a entrevistada. E ela complementa: “Nós teremos uma área nova, de acolhimento, subterrânea, que integra o edifício ao parque, onde as pessoas poderão chegar ao museu”. Nesse sentido, Carvalho destaca, ainda, a questão da acessibilidade, algo que não fazia parte da proposta anterior: “As pessoas vão encontrar um museu acessível. Antes, não tinha acessibilidade. E agora nós temos na face sul do edifício toda a infraestrutura para levar o visitante dessa área expandida ao subsolo até o mirante. Todas as nossas áreas são acessíveis para pessoas com dificuldade de locomoção”.

Em outro momento da entrevista, Vânia Carvalho ressalta a atuação do museu como instituição cultural à luz das polêmicas envolvendo o já citado quadro de Pedro Américo, bem como a ala dedicada aos Bandeirantes. No primeiro caso, em um artigo recente, Lilia Schwarcz escreveu que a obra foi apropriada pelos militares na década de 1970; já no segundo caso, faz tempo que os Bandeirantes têm sido criticados pelas suas práticas opressivas. Como o Museu se posiciona a esse respeito? “O museu tem esses ícones, que estão nos livros didáticos e as apropriações sociais acontecem de diferentes categorias. E isso não é para ser evitado, é para ser discutido. E é isso que nós fazemos nas exposições. O que nos compete em relação à tela “Independência ou Morte” é mostrar como a tela foi concebida; fazer com que as pessoas entendam que uma representação histórica não é uma verdade absoluta; entender o que significa idealizar um período passado; que tipo de tradição pictórica está sendo mobilizada; por que as pessoas se sentiam livres para fazer encenações do que seria uma realidade; é isso que pretendemos fazer nessas exposições”.

Na avaliação da coordenadora do grupo executivo de museologia do Museu do Ipiranga, o papel do museu é proporcionar ao cidadão elementos para que ele construa um pensamento crítico sobre as coisas. “Para que não seja uma pessoa ingênua, desavisada, mas que possa ter ferramentas para compreender discursos. E isso é uma coisa maravilhosa porque pode ser levado para a vida das pessoas”.

Ao final da entrevista, Vânia Carvalho comenta a relação do Museu do Ipiranga junto ao seu entorno, haja vista que, em outros locais da cidade, como a Avenida Paulista, estão situados museus de arte. “É muito importante que um equipamento cultural da estatura do Museu do Ipiranga possa ser oferecido para aquela região. Além disso, este é museu de história, então, são narrativas e formas de constituição das exposições muito diferentes. Existem objetos que ali estão para levantar outras questões que vão além das experiências estéticas arrojadas, como os museus de arte discutem.”

Vânia Carvalho afirma, assim, que o Museu do Ipiranga se estabelece como o espaço que trará exposições com temas alternativos àqueles da História da Arte, diversificando, com o auxílio de instituições internacionais, o cardápio de atrações ao qual o público tem acesso hoje.

A íntegra da entrevista de Vânia Carvalho ao Podcast Rio Bravo pode ser acessada a partir do link acima.

Fabio Cardoso é jornalista e produtor do Podcast Rio Bravo

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